22/04/2014

Especial de Reviews - Curtas Estrangeiros


Fiz um especial de curtas brasileiros (bem meia-boca, confesso) há séculos, agora faço um de curtas estrangeiros! Ultimamente tenho preferido ver os filmes menores devido a minha falta de tempo e a minha incrível capacidade de sair clicando nos relacionados do Youtube... E, bom, tenho alguns para comentar. Lembrando que as reviews são bem gerais messssmo. Qualquer dúvida deixem aí nos comentários!



The Mountain King
De 2001, o filme conta as experiências que um garoto "certinho" tem com um estranho libertino que o convida para sua casa de praia. O ar das filmagens dá a impressão de que o filme foi feito há duas décadas, pelo menos pra mim. Não há muito enrolação, os diálogos são firmes e bem construídos, mas a trama deixa a desejar. É uma ideia muito sem noção para 20 minutos de cenas, além das drogas e de todo o contexto inexistente.
Dare
De 2005, o curta faz parte de um compilado que reúne 5 histórias "de descobertas" e foi transformado em um longa em 2009 (que eu ainda não vi). A trama é sobre um garoto que admira secretamente o veterano cobiçado de sua escola, que também é ator. Ele lhe oferece carona e ambos acabam bebendo na piscina e conversando sobre sua vida no colegial. Tirando o fato de é que tudo meio fora da realidade (eles nunca se falam e de repente estão nadando praticamente pelados juntos? Oi?) a atuação é convincente, mas achei o roteiro fraquinho. Talvez funcione melhor no longa, já que a personagem da amiga do garoto e namorado do veterano teria papel maior como força na história.

‘Le Marais’ de Gus Van Sant
Também parte da coleção "Paris, eu te amo", que trata diversos temas tendo como pano de fundo diversos bairros da cidade de Paris. De 2006, esse acontece no Le Marais, bairro com grande publico gay, dois rapazes se encontram no que parece ser amor a primeira vista. O bom do curta é entendermos o diálogo e perceber que ele é o que faz tudo acontecer. Afinal, nós entendemos, mas o próprio personagem não. É engraçado até certo ponto, mas como só um deles fala, e tende a falar mais por causa disso, suas explicações do que seria uma "alma gêmea" é ótima.

Oranges
De 2004, vemos um garoto franzino e desajeitado que está aparentemente obcecado com a ideia de beijar alguém. Ele tem de fazer um trabalho com um colega da escola e obviamente os dois acabam se desviando totalmente do objetivo ao sair em caminhada pela... cidade? Os diálogos são repetitivos, já que eles ficam conversando o tempo todo sobre beijar, quantas garotas já foram suas namoradas e etc. O nome do curta se refere às laranjas que um dos meninos chupa e que, depois do beijo, passa a ser a maneira como o outro se lembra dele. Se não fosse pelos diálogos e pela falta de ação/jeito de um dos garotos, seria melhor.

Solace
De 2007, o nome do curta foi alterado para "King of Swords" depois de lançado para evitar confusão com todos os outros "Solace" que existem por aí. A história fala de um jovem que procura na internet a pessoa perfeita. Ele tem até uma lista do que ela precisaria ter/gostar (como, por exemplo, preferir cachorros, não ser superficial, etc.)!. Aí, durante uma madrugada, ele encontra um cara no bate-papo e resolve tentar a sorte, mas há mais do que os olhos podem ver num encontro às cegas (frase ridícula, me desculpem). O final do curta é lindo, o que nos faz repensar todos os diálogos, toda a postura. Apesar das milhões de pontas soltas, é muito bem feito, o ator mais velho é um veterano e dá todo o charme da ideia.


Let's Fall In Love
Um curta italiano de 2013 (eu acho?) e que é bastante peculiar por não ter um diálogo sequer. Todas as cenas são mudas, acompanhadas da trilha sonora e mostram dois jovens andando pelo shopping num dia comum, numa atividade comum. A única diferença é a percepção que temos do medo que um deles tem de ser visto de mãos dadas com outro cara, de ser visto beijando-o ou mesmo conversando mais próximo. Há um grupo de garotos no shopping que lhe desperta ainda mais temor, pois todos eles são bem daquele tipo estereotipado de arruaceiros homofóbicos. O curta trás uma mensagem belíssima sem precisar ser piegas ou forçado. É como se tivessem filmado uma cena comum num shopping e colocado uma pontinha de esperança no mundo na mensagem final e no desfecho: "viver sem medo de nossos próprios sentimentos deve ser um direito de todos".

 We Once Were Tide
De 2011, o filme conta a história de Anthony e Kyle e seu último dia juntos, quando Kyle é admitido numa escola de fotografia e tem de se mudar para longe, deixando Anthony cuidando da mãe doente. O curta é poético, lindo, com um cenário maravilhoso, atuação ainda melhor e um roteiro digno de um longa angustiante. O começo é confuso, mas todas as amarras são feitas e tudo é muito sutil, do tipo de filme que você precisa prestar mais atenção ao redor, às atuações, à cena em si e não aos diálogos. 90% da trama se passa sem falas, coisa que eu aprecio bastante. Muito emocionante, recomendo pra todo mundo!

33 Teeth
De 2011, um curta curtíssimo em que vemos um garoto observar o vizinho másculo e sinônimo de beleza se "medir" no banheiro da casa ao lado. "33" é o número de dentes que ele conta num pente velho para "medir" o tamanho de seu, err, órgão sexual. O garoto então faz de tudo para pegar o pente e se medir também. É levemente engraçado, mas não chega a ser engraçado. Por ser bem curtinho, não dá tempo de inferir nada e acho que foi bem feito justamente por isso. Bem rápido, leve.

Who We Are
De 2010, conta a vida de dois melhores amigos que enfrentam as pressões da sociedade e suas famílias enquanto se descobrem apaixonados. Um roteiro clichê, tirando um detalhe ou outro. Temos religião, escola, amigos, grupo de apoio a estudantes gays, a sociedade machista... Tudo o que estamos cansados de ver por aí. Nada de novo. A diferença é que é uma história de 17 minutos.

Candy Boy
Uma animação francesa de 2007, conta a vida de garotos e garotas em um orfanato que vive às custas dos "empresários" da região que acabam por estar destruindo a vida deles através da poluição. No meio desse pano de fundo ecologicamente correto, temos Candy Boy como o "chefe" do dormitório e a chegada de um novo órfão, Samy, que é o bad boy da história, mas nem tanto. A animação merece respeito pelo baixo orçamento e pela "ousadia", mas a relação dos meninos não faz o menor sentido! A trama é bem fechada e ornamentada, mas os dois ali no meio simplesmente não funcionam. E a "animação" deixa a desejar.

Only Always You
De 2013, a trama é sobre um jovem que passa seu tempo livre fantasiando (e desenhando) como seria a vida de outra forma, uma vida que ele gostaria de ter com um cara que ele encontra no parque. Gente, o curta é divertidíssimo! Quem nunca fez isso, de ficar "stalkeando" alguém e fantasiando coisas, que atire a primeira pedra! O detalhe do curta são os desenhos, os rascunhos e a transição entre realidade e sonho (em P&B e em cores, o que dá a entender que a fantasia é sempre bem melhor do que ele/a gente tem. E, convenhamos, é.) do protagonista. Ótimo!


Esses são alguns dos que vi há um tempo. Estou sempre procurando e o dedinho nervoso sai clicando em tudo quanto é "short film" no site, então sempre comento alguma coisa aqui ou ali. Lembro que todos esses curtas podem ser vistos no youtube mesmo, com e sem legenda (a maioria)! Vale para passar o tédio!

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