20/04/2011

Review - Boys Brief 2


Ok, pra quem não conhece, Boys Brief é uma coletânea de curtas e amostras com temas, digamos, menos abordados pelos curtas e amostras “comuns” – no caso, temas gays em geral, mas envolvem sempre outros dramas.

Infelizmente o “Boys Brief 1″ é meio difícil de achar por aí, dando sopa, pra baixar em boa qualidade. Então, baixei o 2 e vou fazer o review deste. A série, que eu saiba, vai até o 5, no momento, né?

Boys Brief 2 é composto de 6 curtas de várias nacionalidades e anos, entre 1999 e 2002 (creio). Vou falar um pouquinho de cada um.




O primeiro curta é “Doors Cut Down“, ou, no original “En Malas Compañias. Filme de Antonio Hens, espanhol, 17 minutos mais ou menos. Já tinha visto esse curto há uns anos atras… Uns três, quatro anos no máximo, por aí no Youtube. E eu adoro esse curta. É bem cômico, do tipo “sessão da tarde”. Adoro as peripécias do personagem principal, adoro como ele sempre arranja um jeito pra tudo, etc. Sou fã incondicional das series que esse cineatras já fez, principalmente esta. Recomendadíssimo. Se não acharam o Boys Brief pra ver, ou não quiserem ver por completo, pelo menos recomendo ver esse. Vão gostar!

O título em inglês se refere às portas dos banheiros do shopping que o personagem principal frequentava, que foram cortadas depois de uma série de acontecimentos – só vendo pra saber.

O segundo curta é “Chicken”, de Barry Dignam, da Irlanda. E é bem curto mesmo, tem só 3 minutos de duração aproximadamente. Mostra dois garotos tentando provar “coragem” um ao outro. Bem leve, mas com tanta coisa implícita em três minutos que acho difícil alguém gostar de primeira. Eu gostei dos atores de primeira, depois fui gostar da mensagem.

A propósito, tenho que comentar, inglês irlandês é uma coisa bem… peculiar.

O terceiro, “Back Room“, de Guillem Morales, espanhol, com 13 minutos, mais ou menos. Esse é um pouco mais forte que os outros, mas o que me prendeu foram os diálogos interiores. Aquelas coisas que todo mundo faz diante de todas as situações: falar consigo mesmo e expressar algo totalmente o contrário. O “diálogo” entre os protagonistas no final é brilhante. E, bom, se você gosta de ver pegação vai gostar bastante desse (ou não).

O título se refere aos quartinhos escuros que existem em boates gays.

O quarto se chama “Breakfast“, com título original “Fruestueck”, de Alexander Pfeuffer, alemão. Tem 14 minutos bem distribuidos; com climax e lições de moral. Juro que esse me fez chorar. Sério, não estou brincando. É bem clichê: amigo nerd, certinho e inocente, que se apaixona por um “prostituto” dramático e cheio de problemas. E, ah, com direito à uma menina no meio pra “ajudar” na história. Não é lá grandes coisa, mas alguns diálogos me chamaram a atenção… Principalmente o do personagem do Till (se não for esse o nome dele, é algo parecido): “Três milhões de pessoas. Alguma delas deve conseguir o que quer, não?”

É. O título se refere ao “ritual” que Till faz com a amiga durante todas as manhãs. Um café da manhã para “purificação”, talvez. A coisa mais inocente que ele faz durante todos os dias, alias.

O quinto é “Touch“, de Jeremy Podeswa, do Canadá. Tem 27 minutos perturbadores. Este também eu já tinha visto há uns três anos atrás, pelo Youtube mesmo. E lembro de não conseguir ficar uns cinco minutos olhando pra tela escura e escutar o sussurro do personagem principal. A história é bem verídica, se formos analisar os fatos mesmo. Bem real, mas também bem “chocante”, por falta de palavras. Trata-se de um sequestro. Um homem sequestra o vizinho ainda criança e o “cria” dentro de um quarto escuro, nú, durante dez anos. Daí imagina-se o que ele fazia com o menino. E sabe aquela história de que o refém desenvolve afeto pelo sequestrador? Pois é. O fato é que o garoto, obviamente, desenvolveu uma série de problemas mentais e, depois de solto, só pensa no sequestrador. Se eu falar mais vai ficar chato pra quem assistir, mas é um filme bom. Perturbador, com cenas desfocadas e tudo.

O título se refere à lembrança do refém do toque das mãos do sequestrador em cima de suas feridas – toque que, segundo ele, é insubstituível.

E, por último, temos “Take-Out“, de Jean-Francois Monette, também do Canadá, 37 minutos. O maior de todos. Também já tinha visto uma parte dele… E o filme todo se trata de uma alucinação. Achei meio bobinho, e não me agradou por alguns motivos – um deles por causa do ator mais velho. Mas o final foi até… bom.

Então esses são os curtas de Boys Brief 2. O “apresentador” dos curtas é totalmente amador – e tira umas risadas, até. Vale a pena por dois motivos: En Malas Compañias e Breakfast.

Escrito em 06-01-2010.

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