17/02/2014

Review - The Conrad Boys

Diretor: Justin Lo
Idioma: inglês
Gênero: drama
Sinopse: Charlie Conrad está pronto para ir para a faculdade, mas a morte inesperada de sua mãe e a falta de seu pai faz com que ele tenha de assumir suas responsabilidades adultas antes da hora para criar o irmão de nove anos de idade.

O filme é de 2006.

Primeira curiosidade: o filme foi escrito, dirigido e atuado por Justin Lo, que faz o Charlie, o protagonista (o garoto do lado direito do poster). Foi uma produção de baixo orçamento que ele criou com a ajuda de Jose Ramizer.

Segunda curiosidade: o roteiro não é lá muito original. Podemos listar alguns filmes que tratam do mesmo assunto, do mesmo jeito, entre eles Shelter (famosinho, de bom orçamento) e o curta brasileiro Café com Leite, que já resenhei aqui.

Apesar disso tudo, o filme caiu no meu gosto!

Charlie tem 18/19 anos, é um garoto estudioso, que parece ter sempre a resposta na ponta da língua pra tudo. Discute filosofia, literatura, política, tudo na mesa do café da manhã se você quiser. Esse tipo de personagem me atrai muito! Ele é cheio de conflitos que não são muito explorados, mas deixam aquela pulguinha atrás da orelha (o TOC por limpeza, por exemplo). E temos o irmão caçula dele que, não é falado, mas me deixou com a imensa impressão de ser altista. Não tenho a tendência a gostar de crianças, mas o Ben me cativou! Ele é fissurado em construir fortes, castelos, pontes levadiças e falar sobre reis, mesas redondas, espadas, escudos e um complô de vampiros que quer matá-lo todos os dias durante o sono. É uma gracinha, o menino! O ator é bem famoso, já atuou em diversos filmes hollywoodianos e tal. Deem uma olhada aqui se quiserem saber.

Lá pro meio do filme temos a aparição (volta?) do pai dos meninos, que questiona alguns valores e adiciona um drama a mais na trama. Ele é essencial nos últimos trinta minutos de filme. E também a entrada do Jordan, um cara "livre", que leva a vida na brincadeira, viajando por aí se aproveitando da bondade das pessoas que conhece no caminho para ter onde dormir, comer, etc. Jordan é o antagonista da história e representa tudo o que Charlie não foi capaz de ser por ter de virar sua vida de cabeça pra baixo por conta da morte da mãe. Ele aparece lendo Pé na Estrada, de Jack Kerouac, na primeira cena e é exatamente isso que o define. Jordan trás muita confusão e um fôlego a mais na trama. Sem ele, a história ficaria vazia. Sua vida é um espetáculo a parte, que mostra todos os seus envolvimentos amorosos anteriores e como todos culminaram para abarcar Charlie na maior enrascada que ele foi capaz de se meter.

A amiga de Charlie, Tori, mostra o lado festeiro de todo adolescente americano e é ela que reboca o garoto para aproveitar a vida de vez em quando. Tori também parece ser a única que sabe que Charlie é gay e ela o incentiva de todas as formas.

De qualquer maneira, o filme é bem fechado. Tudo amarradinho, bem escrito até. Os diálogos são bons, mas a atuação do Justin deixa a desejar. Ele parece ter sempre a mesma expressão de preocupado, mesmo quando está feliz, ou triste. Achei algumas coisas desnecessárias, como a cena da garagem com Jordan (a da maconha), ou o aspecto nonsense que algumas coisas simplesmente aconteceram (a cena dos dois na cozinha quando Jordan volta pra pedir "perdão" da primeira vez que brigam é muito sem sentido!). Mas o filme tem uma boa proposta e considerando que o Justin fez praticamente tudo sozinho, temos que dar os devidos créditos!

O final é feliz! Inacreditavelmente um filme com final feliz e muito bonitinho. Previsível, mas bonitinho. Assistam!

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